segunda-feira, 26 de abril de 2010

De como e quando as respostas ganhavam mais sentido que as dúvidas...













“Âncora, vela
Qual me leva?
Qual me prende?
Mapas e bússolas,
sorte e acaso,
Quem sabe (?)
do que depende?”
Gessinger


         






      De como e quando as respostas ganhavam mais sentido que as dúvidas. Acho que só escolhemos no que vamos acreditar e pronto. Meio que do princípio da confiança mesmo: acreditar sem precisar entender nada. Outrora se acreditara na astrologia e magias, depois se acreditou na religião e hoje se credita à ciência a competência de delegar verdades. Saindo do macro( há muito saí da Sociologia) e caindo no micro( há bem menos caí na Psicologia), não é do lado de fora que acontece o “big bang” nosso de cada dia . (Vontade de citar as fontes, mas acho que se eu citar uma vez... Fico me rindo de quem falou “só uma vez” diante de um “moto perpétuo...”) “Ok, você venceu, batata frita” e “Ao vencedor, as batatas...”, eu cito AAs fontes só por hoje. (Uma “Blitz” e depois um “Machado”). Quando se olha pro lado de fora da janela, quando eu espero que o sol bata na janela do meu quarto, ( odeio literalmente quando isso acontece e antipatizo com o “bundismo” transvestido do Renato nessa música. O cara secciona a idéia budista para caber em uma música de auto-ajuda. Tenho meus receios diante dos “Leitores Van Gogh”, aqueles que lêem só a orelha do livro.). Pelo visto, hoje é dia de afetação pelo “rhabdovírus” e vou morder todo mundo que passar pela frente das minhas idéias. Retomando aquilo que eu estava falando (mal),  quando eu coloco o meu olhar na janela eu tiro os olhos do que há dentro do quarto. Eu quero mudar o mundo lá fora e esqueço das mudanças do mundo aqui dentro( ênfase no terceiro mundo que fica do lado esquerdo do peito.) Acho que o “Deleuze ou Guatarri”, (sempre confundi os dois, como quem confunde dupla sertaneja) que falava das micro-revoluções, as  pequenas revoluções individuais que podem mudar o mundo e não a “grande revolução” que ambiciona mudar todo mundo. Na verdade, acho que essa idéia é um plágio da idéia do Johnn Lennon que uma vez disse: “So start a revolution from my bed...”, aí aquele carinha arrogante que toca guitarra (Ha! Nem sou eu dessa vez...) fez uma música (Don’t look back in anger) a partir disso. Bem copiado mesmo, o cara admitiu mesmo , a tonalidade e a introdução é quase um parônimo da música “Imagine” mesmo, disse que tinha pegado do Lennon mesmo e que o sonho dele era ser a Yoko Ono... Pelo menos ele admitiu, mais nobre e mais digno. (Ainda bem que eu cito as fontes.) O que vai me encantando é que de uma frase (“Dizei uma só palavra e serei salvo”... o legal é que ele não disse qual era essa palavra...), se constrói um mundo de idéias. Eu imagino a despretensão do John ao dizer isso. Excetuando-se a possibilidade de erro, acho que ele falou em uma entrevista qualquer que o Gallagher ouviu e tomou pra si, como eu tomo de empréstimo agora nesse texto. A força de uma frase, de uma palavra. Acho que quem a diz não tem a dimensão da força que ela pode carregar ou agregar, porque às vezes, uma palavra muda tudo, (“parte o silêncio e quebra o coração”) muda a estória e muda o curso da história, muda o mundo e muda todo mundo. Porque às vezes só é preciso uma palavra, às vezes só é preciso um “Sim”...









11 comentários:

  1. Sabe o que mais gostei no texto?
    Se fossemos juntas suas fontes, suas citações, por fim, seus parênteses... ficava maior do que o texto em si, a idéia. Mas apesar de tudo gostei...muito mesmo!
    Senti-me A ONISCIENTE capaz de ler seus pensamentos enquanto escrevia. Acredito mesmo que a tal palavra que nos salvará é o 'sim' , mas um sim interno, aquele de se compreender como um ser errôneo e que aceita se melhorar. Refiro-me a micro revolução.
    Essa é a melhor palavra que podemos nos dar.

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  2. Com receio por conta da afetação,mas vou dizer: talvez o que nos falte é entender a "muda unidade vital"entre o indivíduo e o humano-genérico(Agnes Heller). A unidade é ôntica,mas não consciente.No dia que identificarmos esta unidade vital,ela deixará de ser muda e entenderemos o macro e o micro como parte de uma mesma totalidade(pra citar uma categoria questionada e ferozmente abandonada pela pós-modernidade)...não é a toa a dualidade entre indivíduo e a história na ordem burguesa.Ultrapassado falar disso? Quem me dera...

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  3. Entrei no seu blog e achei suas palavras ébrias, mas "Um suicida que se faz imortal por um dia" não fui capaz de compreender esse ponto de vista. O que você diz sobre isso?

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  4. Ao anônimo do adjetivo ébrio,

    Não sei explicar piada. Se a metáfora demandasse explicação só existiria o sentido literal.
    Não consigo responder por não saber qual parte você não compreende, uma vez que não sou muito hábil com as respostas, você poderia ser mais claro com as perguntas? E o que eu digo sobre isso já vem sendo dito desde o primeiro post. No entanto, há um post específico sobre a genealogia do blog, acho que é "Da 'Vida Parte Dois'..." ou algo muito parecido.

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  5. Não há uma identidade entre o indivíduo e o humano genérico que seja absoluta ou que impeça a diversidade e a singularidade.Pelo contrário,na relação entre o individuo e a história, a particularidade(enquanto sintese de multiplas determinações)é plural sempre.

    Heller já abandonou o campo marxista e suas categorias. Mas nos livros O cotidiano e a história e a Sociologia da vida cotidiana ainda estava neste campo e com boas contribuições.São boas leituras,valem mais que um 10 pra sair da graduação...

    P.S.: tb gosto dos nossos diálogos,mas eles demandam maiores conversas né...

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  6. ... ''muda a estória e muda o curso da história, muda o mundo e muda todo mundo. Porque às vezes só é preciso uma palavra, às vezes só é preciso um “Sim”...''

    Seria muita pretenção minha acreditar que eu sei explicar ou fazer um inteligente e bonito comentário sobre o seu texto, porém gostei principalmente da parte que citei acima. Uma palavra pode mudar tudo, pode fazer uma estória virar o ''quase'' que citamos outrora. E entre o ''sim'' e o ''não'', eu prefiro um talvez (ele não nos tira nenhuma possibilidade e nem nos dá nenhum arrependimento).

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  7. Não sei se consigo acreditar sem entender. Pelo menos não em tudo, complicado isso. As palavras sempre são essenciais mas gosto muito quando são acompanhadas de atos que as comprovem.

    Beijo

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  8. ''Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre TUDO'' ... (Ou quase tudo).
    Hoje prefiro talvez, amanhã pode ser que eu prefira o sim,ou quem sabe o não?!

    ''Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.''

    Um dia as folhas vazias do meu caderno com capas diversas, podem ser preenchidas com belos textos e definições temporárias. (Definitivamente não sei), TALVEZ eu fique lotada de sensações ou mesmo dos meus tãos citados rabiscos, já não importa desde o que eu tenha o que dizer.

    ''Muda a capa, mas o vazio da página em branco é a mesma em qualquer caderno...''

    (Quem sabe eu me canse até das mudanças, aprenda a fazer verbetes e saia definindo tudo por ai?)

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  9. Realmente são perguntas que nos movem e "Mapas do Acaso" tem versos muito bons.

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  10. "Então preste atenção: O mar não ensina, insinua. Estamos no mesmo barco..."

    Não me imagino fazendo explicações ou tecendo comentários dignos de divagações tão elaboradas - mesmo que essas mesmas divagações muitas vezes me acometam e eu nunca encontre um jeito de expressá-las em palavras -, mas de uma coisa eu sei: A gente precisa de mais "sim", de mais aceitação, de mais "pagar pra ver". Tô trabalhando isso em mim, talvez me ajude a caminhar, a sentir, a ser melhor.

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  11. ...e eu lembro de quando eu disse "sim" quando tu me chamou pra banda e hoje eu vejo que aquele "sim" me trouxe um monte de coisa boa... :]

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Rupturas no silêncio...