quarta-feira, 30 de julho de 2008

E se todo (o) mundo
Tivesse uma segunda chance?
Se de quando em quando
Ou por mais de um segundo
a gente só pudesse acertar?
Se à meia-noite tivesse sol e
Se ao invés de dormir
eu pudesse sonhar?




(Se) por todas as noites
de todos os dias




Se todo dente tivesse uma fada
(se toda dor não fosse um fardo)
Se as estrelas cadentes soubessem voar
Se toda viagem fosse rumo ao nada
Se todo verbo pudesse amar...
As canções que eu guardei
O que escondia dos seus olhos
Mas transparecia nos meus



Nas canções em que me resguardei
Do que temia
Os sentidos
Que se confundiam ao sentir



Que tudo não é o bastante
Quando tudo que eu fizer
Já não me levar à nada
(ou à você)




Quando eu me fizer presença
Na sua ausência
Encontrarei abrigo
Dos corações vazios
Serei o mais próximo
E até amigo



Eu tenho um cataclisma
Guardado no peito
Eu tenho aquele verso
Eu toquei aquela canção



Como se perder de si mesmo?
Encontrar-se ao meio
E pelo meio do caminho
Sem castelos de pedras
E sem moinhos de vento



Todo sentido atribuído ao acaso
O alheamento de si
Por uma empatia com a vida
Fecho os olhos para mim
E abro minha alma para o mundo



Minha vida repugna as luzes
Acessas por medo do (próprio) escuro
Avessas à verdade dos fatos
Atentas à sinceridade das palavras



O pó sob os livros
(você)
Em grãos de poeira em meus dias
As luzes da sua voz
O cheiro do seu abraço
Os sons que precedem o seu suor



O que eu falo tarde demais
Para quem foi muito cedo
A voz silencia
Agora é solo
O diálogo se passa em mim
(passa por mim)
Já não há mais um futuro
Em função de um passado...

quarta-feira, 23 de julho de 2008





Por aqui sem novidades
Já chegou a saudade
E já chega de saudades




O tempo voa
Os espaço se esvoa
A vida escoa em intervalos
de uma sinfonia de silêncios




quarta-feira, 9 de julho de 2008

Dízima periódica de palavras
da divisão de duas pessoas
Ascenda suas estrelas
e fuja da nossa escuridão


Eu começo a achar que seria normal
Personagens sem papel
Na sua vida
esse espaço fora do tempo
é o que tenho
e que indo à força(à forca, à fossa...)
é natural...




A meta-poesia do cotidiano
entrada e saída são apenas perspectivas
a porta é a mesma
uma versão para a velha história
que se conta todos os dias
com a máscara mais sincera...



A brecha na porta
do coração à fenda
da chave à parte
aos pedaços
partido em dois
de cara quebrada
sem cara metade



meu grande amor
(meu grão de amor)


O amor é o dom
em doar o que não se pode dar
do que nunca se tem


Cantarei (à) você
em cada canção
Cada verso
do meu canto
Em silêncio...



terça-feira, 8 de julho de 2008


Sobre o que é tudo...




Sonhos a partir de palavras
ou
palavras a partir de sonhos?


Por aqui se tem
sonhos a (re)partir
e palavras partindo de mim
(se) jogando em conversa fora...



Palavras a partir sonhos
à parte e alheios
Alhures de mim
e algures de que(m) anseio encontrar


Em parte,
eu sonho com as palavras que escrevem o começo
(e com os sonhos que se inscrevem desde o começo)