segunda-feira, 21 de abril de 2008



Eu sei
eu lembro
e nem esqueço
Faz tanto tempo
tinha tanta coisa
agora pouco espaço
mas há muitas lacunas
Um dia vai que eu aprendo
(e sinto que esse dia passou)
Hoje eu sei e até (me) acredito
e não ouso fugir e nem (me)escondo

já não sei mais fingir que não vejo

inefável, agora faço das palavras abrigo

quando o silêncio é o que sobra como opção






segunda-feira, 14 de abril de 2008




teria sentido maior

do que

se não tivesse sentido

ter?

tive esse sentimento

de que ia sem ter ido

sem ter o sentir que

não passa dos sentidos



mas sinto e muito

pelo que me transborda

algo mais, à mais e há mais

do que me alimenta e me consome

e que não carece de sentido



o maior segredo

em um livro aberto

com textos

prontos para ser(mos) escritos?

Esse mistério transparente

e ainda assim

se nega o não

e ainda há sim

pro invisível aos olhos



é o meu verso

na sua estrofe

São suas palavras

na minha boca

São seus sentidos

nos meus sentimentos

que se vertem em palavras

em (com)textos que rasgam

o silêncio



Sonhei que havia sonhado

que estava acordado

que você me queria

por um instante

que resvalava por toda a vida