quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Resposta


Ao tempo tridimensional, quando deste ponto presente observo meu passado ao fundo e meu futuro acima de onde me vejo. Talvez se pensarmos a vida como uma faixa de Möbius, meu futuro estaria, mesmo que mais distante do meu presente, mais próximo de meu passado. A linearidade do tempo se curva diante do que em mim há de mais subjetivo. Os sentimentos, os sentidos, as formas de sentir e o que mais puder haver de meu, só meu, pessoal e intransferível, trabalhando na constituição do que me vem a ser como objetivo. O mundo real é uma violência contra a subjetividade do meu mundo pessoal e seu infinito de possibilidades. No entanto, a demanda de um denominador comum que viabilize os intercâmbios entre a primeira pessoa do singular e as terceiras pessoas me coloca diante do imperativo de dizer não, de balizar, de cercar, de podar, de limar e de tanger o que em mim me colocaria mais próximo do inominável. O tempo talvez me conceda a licença conveniente para a expansão desse mundo. Quem sabe, apenas uma vida seja mesmo pouca para tudo a ser vivido, talvez por isso o desejo de ser imortal, mas sem a pena de ver tudo que amo morrer. Expansão, talvez seja menos do que aquilo que procuro quando guardo comigo o intuito de transcender, ir além, de ontem e de hoje, do bem e do mal, do certo e do errado... Deveras, o mundo vem a ser o menor lugar que eu conheço, o que se passa entre meus cachos e vem oriundo do lado esquerdo de meu peito, ainda não cabe naquilo, até então, visto por meus olhos.





sexta-feira, 21 de agosto de 2009






O tempo é a coisa mais rápida que eu conheço.







domingo, 16 de agosto de 2009






O mundo é o menor lugar que eu conheço.






sábado, 15 de agosto de 2009









Um poema só é realmente lido quando ele muda você.









terça-feira, 11 de agosto de 2009









Houve um tempo em que todo o passado chegou a morar na mesma rua e era tão mais fácil saber qual caminho evitar...








domingo, 2 de agosto de 2009





O grande texto
na ânsia que se passava
por eminência
tão bem descrito
que parecia bem escrito
Era uma forma de o poeta
dar forma a si mesmo
Uma ponta de sentimento
no vazio de sentido
Perder-se ali
era o caminho mais fácil
Sair com vida
um castigo
Eram os dias que se insiste
(em) esquecer




Escrever era uma forma
de dar abrigo a si mesmo
Era uma forma de se fazer
menos sozinho
Eram mensagens em garrafas
em uma ilha deserta




Um passo em direção a si mesmo
um pequeno passo para um Homem
um grande passo para a sua humanidade
A história contada aos pedaços
Poucos atores
e tantos personagens
às vezes as vítimas
faziam papel de seus algozes




o que deveria se ver
já fora revisto
antes de apagar
A única certeza
residia na ausência
(de certezas)
Eram assim os caminhos para
se chegar a si mesmo
Por vezes, demorava
todo o tempo do mundo
às vezes uma vida
não bastava




Na ausência de luz
se inventou a cegueira