terça-feira, 27 de janeiro de 2009



Do meu lado

E agora em mim

As incursões que você fez

Em meus dias

Pra minha vida

Que (es)corre até você

 

 

O que estava só de passagem

Mas fi(n)cou em mim

Dos olhos para a alma

Da alma para a vida

 

Ser inteiro, ser pleno

E ser teu

 

Você que transforma

Meus verbos em ação

Você que se faz melodia

Para minha canção

 

O meu abrigo na sua dúvida

Me fiz refém das suas respostas

Você que via o impossível

Em cada forma de tentar

Mas há dias em que é impossível

Quase não se apaixonar



quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Se


SE (Versão II)

R.Veras/ Hilário Ferreira

 

  

Seria tão mais fácil se você tivesse dito sim

Seria tão mais fácil dar meus passos nesse turbilhão

Seria tão mais fácil bem mais fácil mesmo para mim

Ouvir, tocar, seguir as demandas do meu coração   

 

 

Porque você tinha a chave, você tinha achado

você...

(...dizei uma só palavra e serei...)

Porque você tinha a frase, você tinha achado

O porquê...

 

Você tinha a chave

você tinha a frase

o onde, o quando

e o porquê...

 

Porque você tinha a chave, você  era a chave,

Você...

 

  

Seria como entrar pela porta da frente

Não ter que subir o telhado

Seria ir dormir como toda a gente

 Deixar as madrugadas de lado  

Seria como um rio seguindo a corrente   

Não esse lago emaranhado

 Seria viajar Peter Pan & Wendy

Poupar-me um quarto dilacerado 

 

Seria bem mais fácil se minha sorte me dissesse sim

Os mesmos personagens

E(m) outra história

Com final feliz

Seria o mesmo sonho

(com) outros passos

e nova direção

Ouvir e tentar (im)pedir

O silêncio desse coração

 

 

E se a segunda chance
tivesse todo mundo?
De quando em quando, de lance em lance,
ou por mais de um segundo
eu pudesse acertar
se ao invés de dormir
eu pudesse sonhar?
Se no lugar de partir
a gente pudesse ficar...

 

Olhai os lírios do campo

Nada é o que parece ser

(olhai os livros no canto

Eu só percebo o que eu quero ver)

 

 

Meu veríssimo amor                 

Desdobrado em pedaços



Ps- Música da banda Deveras. Se daqui me faço um caderno (d)e rascunhos, eis que mais uma página saiu da gaveta.

 

domingo, 18 de janeiro de 2009

Menos para mim é mais...



     Menos para mim é mais. Eu sei que pode soar como discurso que se coloca fazendo apologia à mediocridade, mas não. Mesmo que seja, não mudarei minha fala por receio em parecer ridículo.

     Falo que menos para mim é mais, quando afirmo o quanto não preciso pactuar com muitos dos imperativos que tentam coagir muitos dos nossos dias. Não cabe aqui ( e eu não quero e não vou caber) em um amor para toda a vida. Não precisa ser eterno se ele conseguir ser intenso e sincero. Eu não quero um amor para a eternidade. Se algum livro que eu não li assim o disse e eu pareci ter assinado embaixo, equívoco de quem por ventura acho que assim me viu. Não quero um amor eterno, menos! Para mim, basta que seja terno , simples, sincero e leve. Não quero um amor para toda a vida, quero o amor para toda a vida. Sem precisar de testemunhas para selar união, menos! Para o amor que almejo só é preciso mais um cúmplice.

     Quando sigo dizendo que menos para mim é mais, é quando digo que não preciso de um rodízio para me sentir saciado. Uma boa refeição não é quando como o máximo que posso ou quando como o mínimo de calorias possível. Eu não sou escravo do meu corpo, se há algum credor que seja o meu desejo e deixemos que o meus desejos desejo eu!

     Não se trata de repressão, mas sim uma outra forma de expressão. Uma forma singular de expressar coisas plurais. É sentir  se bem por estar aqui. Sem lamentar por estar aquém ou por não estar além. Nem antes e nem depois, apenas agora. E isso já me é tanta coisa...

     Menos é mais quando abdico do referencial estético exterior, alheio e coercitivo pré-fabricado pelos meios que não chegam aos meus fins. Eu me apaixono pela garota da contra-capa! Não é o que me disseram ser belo, é o que meus olhos me dizem ser belo e o que meu coração concorda. Sinceramente, eu costumo dar novos sentidos aos  meus sentidos. Eu  sinto o gosto de sons, eu cheiro cores, eu vejo vozes... Minhas descrições são impossíveis de acordarem com alguma verossimilhança. É preciso que alguém veja por meus olhos para entender o que quero dizer quando falo que determinada cor é vermelha. São tantas cores que emitem tantos sons e cheiros que dizer que é colorido é pouco, só sei que não é (mais) monocromático.

     Menos para mim é mais por não caber em meus dias a idéia de que a embalagem define a escolha do produto. Eu não cometeria o mesmo erro duas vezes, na hipótese de comprar um produto sem a qualidade almejada, mas com uma embalagem convincente. Não há aqui a hipocrisia de negar que a beleza não se constitui como um dos fundamentos. Indubitavelmente, é! No entanto, as pessoas mais belas que conheci reinventaram, expandiram, resignificaram o campo semântico da palavra belo. Encontraram tantas outras formas de se fazerem bonitas que até o espelho reconsidera o que vai refletir por encontrar tantas faces de tantas belezas em mais um rosto belo. Há ainda a margem para possibilidade de quem faça apologia de que a beleza física é o que chama atenção no primeiro instante. Pode até ser preponderante para chamar os primeiros olhares de uma atenção perdida, mas não é determinante para prendê-la ou apreendê-la. Essa beleza (física) pode até ser párea para manter uma relação, mas tenho minhas dúvidas se ela por si só mantêm um relacionamento.

     Menos para mim é mais quando chega a um ponto que cansa, um ponto na vida em que não preciso estar sorrindo para estar feliz, em que minha alegria não precisa ser gritada para ser gritante. Menos para mim é mais, sou preto no branco, café com leite e feijão com arroz.

 

 

 



P S- Sountrack: Jeff Buckley 



quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Os dias como um improviso da noite



Que as paixões inflamem

Queimem de uma vez

E nunca se permita apagar aos poucos

O mais intenso como ponto de partida

Para as criaturas da criação

 



 

Quero (me) escrever (n)o que é belo

Aos seus olhos

Quero ser matéria-prima

Dos seus sorrisos

 


Os versos valem mais do que o poeta

De ações que mimetisam seus sentimentos