sexta-feira, 29 de abril de 2011







"Sucesso é o que diferencia a insanidade da genialidade"











domingo, 24 de abril de 2011

Feliz páscoa!




       Por vezes me é inevitável o flagrante de encontrar um exercício válido em transitar por minhas idéias. Pretensão minha achar que eu sou o possuidor e não o possuído de tais idéias. Não apelo à metafísica para uma resposta ao processo criativo, prefiro o viés romântico de que fui instrumento para tais palavras e não o contrário. (Soa melhor essa perspectiva aos meus ouvidos.) Ratifico que a obra é maior que o autor, a imortalidade conferida ao criador é uma extensão generosa de um adjetivo inerente a sua o obra e criaturas.

     Por algumas outras vezes observo como me fiz digno do adjetivo imaculado , por não ter dívidas pretéritas ou a vencer em um futuro imediato ou remoto. O meu livre-arbítrio concebe a minha liberdade de crença na descrença. O ceticismo não adquire cores niilistas, mas se for para tereu acredito em Deus e que ele está morto.

     Desta vez, partindo desse ponto, diante da insubistência do meu credor minha dívida prescreve. Já não tenho de usar o agora( meu maior “presente”) para quitar dívidas de vidas alheias que são minhas segundo a crença de terceiros que não assinam suas próprias obras. Meu espírito se faz livre, de uma forma que poucos[i] associam as palavras espírito e liberdade, de tal modo que não cabe em mim e eu não sou cabível e não caibo em nenhum espiritismo que me ousa cobrar juros e correções de uma dívida que não é minha.

     Mais uma vez um segundo desdobramento desse pressuposto é o consórcio cristão pela Terra Prometida. O agora e o presente são convertidos em esforços e sacrifícios para um futuro que eu não sei quando serei contemplado. Abdico da vida por uma pós-vida? Não há em mim espaço para comprar a idéia desse loteamento celestial, meu contra-senso não se permite a esse bom senso.

     Uma vez que cabe a mim redigir minha própria carta de alforria,  que compete a mim redigir meu destino, declaro para o devidos fins ( e meios) que encontro em mim um senhor de seu domínio, certo que quem demanda pastor são os animais de rebanho e que me alegro com meu presente sem  perdão e sem  culpa. Por amor à vida de uma forma inefável e de uma forma plena, não mais pelo medo de morrer, mas pelo fato de a Vida ser tudo que se pode ter e a única que se pode e se permite amar.


Ps – Reverberações de “Ecce Homo”.
Ps 2- Sem afirmar nenhuma certeza, estar certo é pretensão de quem tem fé.


[i] Nietzsche, o Belchior germânico.

sexta-feira, 15 de abril de 2011








"A saudade esconde um desejo suicida"









quarta-feira, 6 de abril de 2011

"Dream a little dream of me..."

     Era só mais um dia comum. Ele acordara sorrindo como se tivesse saído de um sonho bom. O mesmo café, o mesmo jornal, as mesmas angústias matinais eufemizadas por quem não se olha no espelho quando acorda, o mesmo bom dia... exceto pelo sonho que lhe permitia voltar na vida uns 10 anos. Ao acordar ele começa a sonhar acordado sobre o que mudaria na vida há 10 anos. (Um “spoiler” da própria vida!) Quais caminhos não seguiria? Quais bocas não beijaria? Quais versos (re)escreveria?

     Voltar no tempo seria desnecessário se ele pudesse há 10 anos ter antevisto o futuro que passa hoje. (Um dejavú inédito!) Quais certezas se perderam nesse tempo? Quais certezas de hoje se deseja por mais tempo?

     A possibilidade de mudança sob essa perspectiva adquire novos contornos. O que não seria alterado em sua vida com as meta-mudanças? Quais caminhos ratificar, quais conselhos seguir, pra qual qual história contar? A possibilidade de passar a vida à limpo ainda existe, é uma porta que não se fecha, é uma certeza que não se perde, mesmo que se perca o desejo de mudança.
    
     Ao se ver no passado pelos olhos de agora é mais fácil perceber os erros que não se quer repetir. Mudá-los abre a porta para que o futuro não mimetize o presente, para que o passado seja plástico e maleável à memória e que o presente não seja mais de grego.

     Em um sonho em que era possível prever seu passado, já não se tinha saudades do futuro; um sonho que não era mais preciso sonhar a realidade que se deseja...