segunda-feira, 30 de maio de 2011








Minha psicóloga disse
que eu levo a vida muito na defensiva
e eu sempre achei o ataque a melhor defesa.














segunda-feira, 23 de maio de 2011

Dê uma chance às entrelinhas...






      Dê uma chance às entrelinhas...

     Dê à escrita um espaço maior em seus dias. Deixe a menina falar, não precisa ouvir em seguida, mas deixe que ela te fale. Guarde numa gaveta se for o caso de ler depois, mas não permita que ela só tenha voz por acaso. Dê duas vezes mais espaço à escrita em sua vida.

     Não marque data, não agende, não faça (que seja) diário, se permita serem constantes, fluidos, regidos pelo tempo do desejo, como se fosse orgânico. Por mais que se tenha hora para comer não se tem hora para sentir fome. (Por mais que se adie o momento do encontro não se contém quando chega a saudade).

     Doe uma chance às entrelinhas...

     Não tenha borracha, não há erros, não há crime que as palavras cometam que justifique a pena de serem apagadas. Pena capital para quaisquer palavras imperfeitas é muita intolerância com a inocência da escrita. Aprisione as palavras com o uniforme listrado tachado, mas não dê cabo a quem só deseja existir.

     Do amor do lápis com a folha em branco se dá a concepção do imortal. Não aborte algo que pode vir a ser maior que você. A paixão entre dois corações só demanda existir, não há imperativos pelos adjetivos: certo, perfeito, belo, permitido... O que importa é se permitir, aqui, tudo que se deseja e tudo que se pode ter é a existência. O mundo prescinde o egoísmo das pessoas que se negam até a si mesmas. Do impossível ao possível são só algumas letrinhas a se esquecer.

     Dê sua chance às entrelinhas...















sábado, 21 de maio de 2011

















“A existência é por essência miserável”







Todas as formas de se contradizer, desdizer ou redizer isso são meras alterações conjunturais maquilando uma estrutura indiferente ao otimismo,romantismo e ao que quer que seja alheio. A nova tinta sobre a parede velha não muda o reboco mal feito na iminência da queda. Sorrisos são apenas a exposição dos dentes e lágrimas são só gotas d’água, o que se queria dizer não pode ser dito (ou maldito) por gestos, sons, imagens ou palavras.















domingo, 15 de maio de 2011








"Em terra de cego quem é invisível não tem super-poder"










quarta-feira, 11 de maio de 2011






Às vezes uma guitarra é só uma guitarra,
Uma canção é só uma canção
Ou mesmo, quatro caras tocando juntos não são uma banda, 
às vezes, há bandas de um homem só.


Às vezes o destino selado e ao nosso favor 
parece jogar contra,
mas quase sempre 
só percebemos de que lado ele está  
no final do jogo.


Às vezes se encontra alguém que escreve 
o que a gente sente e se achava único por sentir  aquilo
E nem por isso se sente menos,
dividir um sentimento só soma algo àquilo que somos


Às vezes a dor de estar sozinho 
cede espaço ao prazer de se passar
um tempo a mais consigo mesmo
e de se (re)descobrir encantos
em algum canto com a solidão


Às vezes tudo isso se repete tanto
que não se percebe 
ou quando termina
Apenas se permite ser
e a inércia faz o resto