domingo, 30 de março de 2008


A vida (me) amanhece

E se insiste em um arco íris

Sob um caleidoscópio

Com luzes e sem sombras

Hoje empresto minhas cores

Ao adjetivo feliz


Imagina, eu?

Já se pensou o tamanho desse passo?

Eu que passo por cima

Passo pra trás

Passo o passado e

Agora reinvento o(s) futuro(s)?


Eu sonho com as cores que invento

E tenho a cor que aos olhos

Traz a transparência que só a alma tem

Eu insisto em surpreender o meu destino

Deixando meus fardos fadados ao fracasso...


Não fique pela metade

Sou o último e o primeiro

metade pra mim é o dobro do inteiro!

Sou de exageros

e me alimento de meus excessos,

sou plural e vivo das hipérboles dos meus dias

Eu comi as vísceras dos meus medos

reinventei o meu passado e

crio neologismos para o meu futuro...

O meio termo é só a metade dos meus desejos mais fracos...


Felicidade de fabricação própria

(e ouso escrever à duas mãos)


sábado, 22 de março de 2008



Eu sei do silêncio

Quando o mundo é (em) segredo

Eu sei dos versos

Quando mudo nos vejo

Eu te ofereço o dobro

Quando você só conhecia a metade

Uma parte de mim

Te parte ao meio

Outra parte

faz de nós dois

Um só





Menos seria suficiente

Sinto por hoje

E às vezes não só por hoje

E às vezes, não só às vezes...


Sinto muito o que é sentir

A essência do quase

De se conseguir o hardware

E não ter o software

Ou o contrário,

não importa a diferença

Ou a indiferença

A máquina já estava parada.


Mas, sou movimento

Sou mais

(sôo mais)

Meu canto em silêncio

Denota indiferença ao olhar de relance

E exibe toda a conotação implícita

Aos olhos que insistem em retinas

O diálogo com as entrelinhas

são para os que ouvem estrelinhas


o sentido desses textos

são um espelho de quem lê

e quem me olha assim

não me lê assim

sou livro aberto

com páginas em branco


esquecer é digerir o tempo

ruminando a vida

e abrindo as portas para

o Criar

(a minha forma de dirigir o tempo)

Nos meus versos me faço imortal

(no instante em que sou lido)


O nosso agora

É posterior ao hoje...




quarta-feira, 19 de março de 2008



Não sou capaz de responder

Por mim mesmo como futuro

Talvez recrie o que me foi passado

Para trás

Como um sonho

Que não se sonha acordado


Talvez releve e me torne leve

Leve o bastante

Para que meu futuro

Não me condene

Ao passado


Eu, que outrora fora a gota d’água

À agora de fora

Uma gota d’água

No leito (de morte)

De um rio

Que só tem fim

Quando vira mar

Quando vir ao mar

(quando vir a amar)


O que encontrou fim

À quem se encontrou no Fim

A abertura ao incerto

A reinvenção do novo

A queda livre que me ensinou a voar

O livro em branco que me faz escrever

As coisas sem direção

Mas com todo sentido (e sentimento) do mundo

Visto em escala de cinza

Com poemas monocromáticos

Todas as palavras para traduzir

O preto e o branco...

Uma sombra

E um pensamento...




domingo, 9 de março de 2008



Não, não é.

Não, não há.


A fala recorrente

As palavras concorrentes

(E as vidas paralelas)

Nosso encontro só demanda o infinito

E uma vida só não cabe


Eu não quero (o) mais

Cem páginas em branco nesse livro

De textos sem títulos

versos sem rima

poemas sem poesia

olhares sem sorrisos


É a sua parte na história

É a parte que se segue

à parte da história