quarta-feira, 28 de abril de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010

De como e quando as respostas ganhavam mais sentido que as dúvidas...













“Âncora, vela
Qual me leva?
Qual me prende?
Mapas e bússolas,
sorte e acaso,
Quem sabe (?)
do que depende?”
Gessinger


         






      De como e quando as respostas ganhavam mais sentido que as dúvidas. Acho que só escolhemos no que vamos acreditar e pronto. Meio que do princípio da confiança mesmo: acreditar sem precisar entender nada. Outrora se acreditara na astrologia e magias, depois se acreditou na religião e hoje se credita à ciência a competência de delegar verdades. Saindo do macro( há muito saí da Sociologia) e caindo no micro( há bem menos caí na Psicologia), não é do lado de fora que acontece o “big bang” nosso de cada dia . (Vontade de citar as fontes, mas acho que se eu citar uma vez... Fico me rindo de quem falou “só uma vez” diante de um “moto perpétuo...”) “Ok, você venceu, batata frita” e “Ao vencedor, as batatas...”, eu cito AAs fontes só por hoje. (Uma “Blitz” e depois um “Machado”). Quando se olha pro lado de fora da janela, quando eu espero que o sol bata na janela do meu quarto, ( odeio literalmente quando isso acontece e antipatizo com o “bundismo” transvestido do Renato nessa música. O cara secciona a idéia budista para caber em uma música de auto-ajuda. Tenho meus receios diante dos “Leitores Van Gogh”, aqueles que lêem só a orelha do livro.). Pelo visto, hoje é dia de afetação pelo “rhabdovírus” e vou morder todo mundo que passar pela frente das minhas idéias. Retomando aquilo que eu estava falando (mal),  quando eu coloco o meu olhar na janela eu tiro os olhos do que há dentro do quarto. Eu quero mudar o mundo lá fora e esqueço das mudanças do mundo aqui dentro( ênfase no terceiro mundo que fica do lado esquerdo do peito.) Acho que o “Deleuze ou Guatarri”, (sempre confundi os dois, como quem confunde dupla sertaneja) que falava das micro-revoluções, as  pequenas revoluções individuais que podem mudar o mundo e não a “grande revolução” que ambiciona mudar todo mundo. Na verdade, acho que essa idéia é um plágio da idéia do Johnn Lennon que uma vez disse: “So start a revolution from my bed...”, aí aquele carinha arrogante que toca guitarra (Ha! Nem sou eu dessa vez...) fez uma música (Don’t look back in anger) a partir disso. Bem copiado mesmo, o cara admitiu mesmo , a tonalidade e a introdução é quase um parônimo da música “Imagine” mesmo, disse que tinha pegado do Lennon mesmo e que o sonho dele era ser a Yoko Ono... Pelo menos ele admitiu, mais nobre e mais digno. (Ainda bem que eu cito as fontes.) O que vai me encantando é que de uma frase (“Dizei uma só palavra e serei salvo”... o legal é que ele não disse qual era essa palavra...), se constrói um mundo de idéias. Eu imagino a despretensão do John ao dizer isso. Excetuando-se a possibilidade de erro, acho que ele falou em uma entrevista qualquer que o Gallagher ouviu e tomou pra si, como eu tomo de empréstimo agora nesse texto. A força de uma frase, de uma palavra. Acho que quem a diz não tem a dimensão da força que ela pode carregar ou agregar, porque às vezes, uma palavra muda tudo, (“parte o silêncio e quebra o coração”) muda a estória e muda o curso da história, muda o mundo e muda todo mundo. Porque às vezes só é preciso uma palavra, às vezes só é preciso um “Sim”...









sexta-feira, 23 de abril de 2010

terça-feira, 20 de abril de 2010

Da minha espécie em extinção...

“A insônia é um sonho que não acaba”?


     A insônia é um dispositivo criado pela escrita para vir ao mundo? A insônia é a cara metade da solidão? Os quartos escuros estão cheios de quais vazios? Das alcovas dos que escrevem, das cabeças cheias e corações vazios de outrora, haveria, à revelia, alguma epifania nisso?
     Drogas para dormir, drogas para ficar acordado, drogas para ficar legal, drogas para parar de tomar drogas, a solução para as drogas da vida cabe em um comprimido? (A alegria e os sorrisos podem ser comprimidos?) A vida em um apartamento, o medo protegido por grades, as pequenas pessoas e suas grandes cidades com idéias de concreto e afetos virtuais, e de mais quantas formas o medo se vale e se passa por violência, egoísmo e fantasia?
     Quanto vale a vida, abortada ou sintetizada, emulada? Esse “The Sims” que jogamos off line, onde estão as vozes acapella orgânicas cultivadas no deserto (e/ou em alto mar) longe dos “fast foods” e “fast fucks”, da vida sintetizada pelos MAC Donald’s e pelos MACintosh?
     Ah, minha espécie em extinção... à minha espécie em extinção,  que(m) resta de nós mesmos? Um chamado, uma chamada telefônica, um grito de socorro, um sinal de fumaça, um sms, um MSN, um código Morse, um pombo correio, um telefonema, um telegrama, um email, uma carta, uma mensagem numa garrafa ao mar, um olhar, um som, um sim, uma entrelinha...




domingo, 18 de abril de 2010

sexta-feira, 16 de abril de 2010






"...Certos dias têm cara de vida inteira
Não sei se é do vinho ou da vida
quando fico assim
Outra madrugada perdida
procurando você
procurando por mim..."

Dado Villa-Lobos






  Sem hesitar, ele é o pior guitarrista que eu conheço. Eu sempre senti vergonha por ele tocando guitarra, até que um dia ele resolveu cantar e a vergonha virou um eufemismo. No entanto, o conheci de uma das bandas mais marcantes em muitas das minhas trajetórias(das musicais às existenciais). Ainda bem que ele insistiu em tirar as idéias da gaveta e publicá-las. Ainda bem que ele fez do receio poesia¹. Ainda bem que ele tocava coisas simples e mal estruturadas, um rascunho do que poderia vir a ser uma música mesmo. (inerente da escola punk).Se ele tinha coragem de tocar como tocava/toca e se dizer guitarrista, eu poderia ter coragem para também tocar guitarra. (Eu insisto em cada erro e ainda me passo por inteligente). A entrelinha aqui, desse rascunho(escrito no blog e não no word), é que a insônia cansa, esperar o sono cansa, sonhar só acordado cansa e a madrugada em claro é um cansaço que se reflete por todo o dia. Queria eu mais sono e menos idéias, segundo Simpson, H., a felicidade é inversamente proporcional ao montante qualitativo e quantitativo de idéias de um indivíduo. Concordo, não ouso dizer não, se fosse mulher seria como "daquelas  mulheres (do Chico) que só dizem sim", e hoje nem é o dia de dizer não. Lembro da célebre história de que o Dado entrou na banda( e na história) e nunca havia tocado guitarra. O Renato dizia: "Faz o barulhinho que tá bom..."( Quase uma teoria: "O cara errado na hora certa"). Dessas histórias de outrora, espanta e encanta ver que do guitarrista medíocre musicalmente não me recordo nenhum solo ou acorde ou timbre ou algo "guitarrístico", só algumas palavras, que ele por despretensão ou "por amor às causas perdidas"² escreveu isso  e ousou dividir comigo e com o mundo; e isso ecoa como um delay infinito³ nos meus ouvidos...



























1- No sentido grego, de poiesis.

2- Dom Quixote de la Engenharia Hawaiiana.

3- A melhor maneira que eu encontrei de parar esse efeito de guitarra é desligando o amplificador da tomada.





quarta-feira, 14 de abril de 2010

Dos erros e quase acertos...





     Ainda que em exercício de indiferença ao alheio, incomodava-me algumas organizações de mundo ao meu redor. Não que agora eu tivesse a posse da verdade ou tivesse rasgado minhas leituras de outrora e agora me tornasse senhor e definidor do bem e do mal. Incomodava-me algumas inversões, se “por amor às causas perdidas[1]”, cederia uma licença poética, mas no entanto, era apenas “peixe fora d´água, borboletas no aquário”.[2]
     O desdém alheio por aquilo que aos meus olhos parecia perfeito não era de agora e já não me era problema. Mas tarde da noite, antes do sono, quando ainda é cedo para sonhar, algumas imagens e sons me saltavam as idéias (na ausência de carneirinhos e cercas). Indagava-me sobre as construções embasadas em conjunturas e não em estruturas. O cara errado no lugar certo e na hora certa; o silêncio fazendo se passar como a palavra certa; a voz do povo e o equívoco divino; e a história acontecendo “com ou sem você[3]”.
     As melhores cartas na mão do pior jogador, um expediente válido para o equilíbrio do universo? Ainda que a derrota seja inevitável, ainda me é possível escolher não jogar. Como na infância ao se jogar vídeo-game e diante do intransponível desafio: “-Quem foge vive para lutar de novo”. A idéia do “All that you can’t leave behind[4]” mesmo, de que só é meu aquilo que eu posso abdicar.(Já falei disso outrora por aqui.) E a solidão das pessoas é minha, o medo do escuro, as dúvidas e a inconstância de quem muda de idéia como quem muda de cor. Do meu monocromatismo só me é possível ir de um extremo ao outro, há tempos perdi o meio termo das coisas, o meio do caminho que tinha uma pedra, o meio que justifica o fim. Não sei escrever “Talvez”, ainda que durma abraçado de conchinha com a dúvida, apenas conheço o não e o sim, a verdade ou o silêncio(fiz um curso à distância há três primaveras para desaprender a mentir), a folha em branco ou a poesia da alma (a vida é escrita em definitivo e eu gosto é do rascunho e das coisas rabiscadas), na ausência da outra metade, só me resta ser por inteiro.[5]
     As tradições que eu inventei para traduzir a minha busca incessante pelo novo. Talvez isso explique o adjetivo inconstante em mim: o desejo pelo novo talvez demande desequilíbrio para viabilizar a concepção de um reequilíbrio. A tradição, numa atitude antropofágica, implodindo-se hoje para construir novos horizontes amanhã.
     Como imprimir acertos em um cotidiano usurpado pelos erros de um passado que não me foi possível viver? Sobrevida outrora, das cinzas e escombros se faz algo novo. Por se dar um novo sentido à matéria das coisas, pela mudança ocorrida no observador e não no objeto. A grande revolução do mundo e da humanidade acontecida no lado esquerdo do peito, em um coração que aprendeu a pulsar e (de)bater(-se) sozinho e em silêncio...









[1] Engenharia hawaiiana, Dom Quixote...
[2]  Engenharia hawaiiana, ... de la Mancha.
[3] Você também, aquela música que fala tudo sobre a “paixões cruéis desenfreadas”.
[4] Você também, o disco de 2000 que fala sobre perdas e finitudes.
[5] Algumas notas ficam nos parênteses e nas entrelinhas.







domingo, 11 de abril de 2010

Do Selo comentarista excelente...





Eu nunca fui muito afeito com os nomes de batismo...









“Muito prazer meu nome é otário
vindo de outros tempos, mas sempre no horário
peixe fora d’água
borboletas no aquário...”


Tudo bem, todo mundo já sabe que eu perdoei minha mãe por isso. Acho que ela acreditou  naquela história do “Meu filho vai ter nome de santo...”, só não ouviu a parte do “...quero o mais bonito...”Quando vi o selo “Comentarista excelente”, sem saber que eu era isso para alguém, estranhei o nome e achei que caberia um adjetivo outro que poderia vir a ser mais conveniente. No entanto, os sentidos é que me apetecem, não a grafia em si,(mas a filologia é quase uma poesia!) e o selo veio de alguém com quem eu concordo muito, alguém que escreve de uma forma que me deixa sem muitos adjetivos, mas com muitos afetos. Minha primeira amiga oriunda da virtualidade da “blogosfera”, meio que deliberadamente, optamos por nos conhecer assim, uma vez que poderíamos nos conhecer “...de outros carnavais, com outras fantasias...”... (vou ser breve, “Quem sabe um dia eu escrevo uma canção  pra você?”)

Aí eu ganhei e não sabia direito o que era e o que fazer. (Na verdade, nunca soube isso sobre quase tudo.) Mas eu percebi que tinha uma missão e lembrei de um dos meus grandes Mestres (intelectual, espiritual, musical, filosófico, educacional) que dizia citando uma tal de Clarice: “A vida é uma missão secreta”. Ele fez de sua dissertação de mestrado um poesia e da tese de doutorado elevou isso ao quadrado e para defendê-la, fez um show, algo representativo de sua passagem pelo mundo. De fato, merece um respeito maior e uma admiração imensurável, pois ele fez dentro da academia o que muitos só conseguem fora, ele fez valer a linguagem poética na seara da linguagem acadêmica. Acho que só tenho um fragmento a dividir com vocês aqui.  Olhem na plataforrma Lattes, biblioteca da UFC, olhem o livro dele, aqui é só um fragmento:


Depois, veio alguém que eu cito sempre ao falar do homem “Macho alpha”(poder aquisitivo da classe dominante, físico da classe operária e a capacidade intelectual para discutir a relação entre os dois primeiros). Brilhante! Todos riem quando eu a cito! Acho que por acaso e curiosidade, eu cliquei e cheguei lá e me rende(u) boas leituras e bons diálogos. Acho que “comentarista excelente” deve ser alguém que nos dá diálogos excelentes. Não sei ao certo, mas ela me faz sentir uma saudade positiva da academia, e é explícito que eu não guardo muitos afetos das idéias da Universidade. (Até quem me apetece não sabe disso). Enfim, hoje é domingo e eu não vou divagar muito(se não perco o Faustão, Gugu, João Inácio Jr.. Mentira estou assistindo literalmente a “Filmes de guerra, canções de amor”)


Por último e não menos importante, o meu vizinho. (Precisamos no mínimo três pontos para um plano, acho que por isso temos que escolher três pessoas para o selo.) Aqui do lado, ele percebe as levezas e sutilezas no caminho, que às vezes, eu só vejo a vontade de voltar pra casa. Por isso ele é o cronista e eu o chato. Acho que ele vai ser aquele cara milionário(quando tiver um milhão de amigos e receber 1 real de cada um), transborda carisma até quando escreve e os adjetivos que ele carrega precisam ser lidos por você e não descritos por mim.



Ps – Há três meninas, “três Marias” que me aparecem por aqui e que já me renderam sorrisos sinceros, ainda estou brincando de conhecer...
Eu só podia citar três pessoas, mas tenho um sério problemas com figuras de autoridade... Se bem que no “post scriptum” há uma brecha:


Ps2- Ela chegou ontem, depois exponho nossos filhos...





quarta-feira, 7 de abril de 2010

Enquanto ela não vem...







Enquanto ela não vem
qualquer história
é a história certa
para o livro dos erros

As noites são em claro
os dias fora do páreo
Todo acaso é um sinal,
frases sem ponto final
muitas falas, nenhum diálogo

Falta muito para a poesia
de minha vida(parte dois?)
virar a prosa de meus dias(?)

Enquanto ela não vem
esses versos são sem rima
não são nem versos brancos
São páginas em branco
de uma vida,
meia vida(?)à procura da outra metade(?)
Parte dois ou partido em dois?

A solidão das pessoas
as paixões sem par
o medo de ser sozinho
versus o medo de amar


São divagações
que por enquanto(ela não vem)
sou de vagas ações
sou de ruídos em uma guitarra
(Pra que tantos pedais se eu não sei onde pisar?)
sou notas soltas ao piano
voz sem melodia
pontas soltas ou nó(s) cego(s)
ao acaso
à toa
à deriva
ao léu
à espera
Enquanto ela não vem...









domingo, 4 de abril de 2010









Ainda tinha na prateleira
um pouco da falta que ela me faz
Sobrara quase nada
e nada importava
nessas horas, os dias comportam a eternidade
as inversões de caminho
que eu poderia ter feito
ainda me tra(i)riam
ao mesmo lugar
com outras dúvidas
mas sem as mesmas respostas









quinta-feira, 1 de abril de 2010










Ah, se as mentiras em que acredito fossem verdade...