terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Rebordosa (ou o poeta do silêncio)





O poeta do silêncio
ele me pertence
ou é posse minha?
Quando se confunde
o lado de dentro
com o de fora
com as portas abertas
janelas fechadas importam?

O não faz mais sentido
para quem sempre ouviu o sim
Fome não é ausência
por aqui,
é ímpeto de movimento
é um passo à frente
para deixar o futuro para trás

Às vezes, até me vem
achar que o saudável
é ter saudade
que o saudável
como uma rebordosa positiva
como um efeito colateral do que foi bom
sem mesmo fazer bem ou mal
apenas por ter um ponto final
e fica a saudade alentando a esperança
por uma reticências

Se me pudesse reescrever
cobriria à caneta esses rascunhos de lápis
Nem mesmo pintaria mais flores
(para não ter mais espinhos)
ou desenharia mais sorrisos
(para não ter que esconder tantas lágrimas)





3 comentários:

  1. Hilário...que sensibilidade! Saudade é o sentimento mais urgente que existe. Entendo bem sobre espinhos e lágrimas. Amei tudo aqui. Podemos te lnkar lá no Eutímia?

    Beijo

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  2. é assim mesmo...
    desenhe sorrisos para esquecer lágrimas,
    funciona quase sempre..até elogiam, às vezes.

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  3. Caramba, fiquei meio "aéreo" aqui após ler o texto.
    "Se me pudesse reescrever
    cobriria à caneta esses rascunhos de lápis
    Nem mesmo pintaria mais flores
    (para não ter mais espinhos)
    ou desenharia mais sorrisos
    (para não ter que esconder tantas lágrimas)".

    Poxa, sem palavras pra comentar mesmo. Muito bom.
    Abraço!
    =]

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Rupturas no silêncio...