quinta-feira, 7 de junho de 2018





Então, o que nos sobra
quando se chega até aqui?
De caminhar para lugar nenhum
só para não estar no mesmo lugar
e não ser amanhã
o mesmo de ontem
ou uma cópia de hoje



Um novo sonho para um velho coração
ideias novas para projetos antigos
a criação concebendo o criador
numa vida e obra de quem sobrevive
mais um dia
mais uma vez


Um movimento para desejos inertes
a gota d`água no deserto
falta um pouco
mais uma volta
e a saudade já não alcança a memória
o que sobrou de você por aqui
que já não possa ir?
Inventamos o impossível
como um álibi para a distância
traduzida em ausências
Há nas palavras um esforço
para que se ultrapasse essa barreira
e que se crie uma chance
de que alguém do futuro
possa falar à alguém do passado
Ainda que todos já saibam
o que viria  ser dito 







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Rupturas no silêncio...