quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

"1mano " II

              II



  Não é preciso valer-se da genialidade para concluir que a prevenção é o melhor plano de contingência. O adestramento poupa o criador dos maus feitos da criatura. A disciplina permite o controle, autonomia e a independência. Um homem que é senhor de si mesmo é senhor do mundo. A educação se rege norteada pelo “Princípio da Prudência”(sim, é válida a alusão contábil. Caberia até uma nota de rodapé no mundo Pré-Google). Só quem está preparado para a guerra é capaz de lutar pela paz. A preparação otimiza a ação, o estudo do que já foi escrito germina a escrita vindoura. O exercício redime o homem de seus erros. No entanto, a improvisação recebe uma valoração positiva pelos que se valem do adjetivo humano. De uma forma que só os detentores da onipotência humana sabem, é utilizada a improvisação. O êxito seria creditado à capacidade de improvisação humana ao passo que o fracasso seria responsabilidade do acaso ou da sorte. Ah o acaso, implacável algoz do ser humano! Quando o humano se tornar homem aprenderá a contar com si mesmo e descontar de si mesmo o peso de suas atitudes.
     A pretensão de igualdade, ou mesmo, a falácia do denominador comum. Não seria absurdo ousar dizer a universalização do individual dentro do curral de possibilidades concedidas de forma indulgente à alteridade. O respeito ao outro se dá por esforço. Aquele que hipoteticamente desrespeita se vê refém do preconceito com o preconceito. A utópica ausência de preconceitos hostiliza os que desafinam do coro dos politicamente corretos. Sob a licença e o crachá de oprimido levantam-se bandeiras reativas que precisam negar o mundo como única forma de afirmação. Evidencia-se muitas vezes a opção pelo desejo do “Não” em contraponto com o “Não-desejo”. Os rebeldes sem causa possuem um álibi embasado na intolerante tolerância advinda do “humano”. Dos que utilizam a dor como recurso estético aos que se valem da dor como forma de dar sentido ao que se sente,qual coração que ao pulsar só lateja dor? O vazio acaba ganhando várias formas numa infinita sucessão de formas de se traduzir o nada. A dor virou uma fantasia de boutique para Eles ( que muitas vezes querem ser elas que querem ser eles) que preferem querer o Não ( em uma sucessiva negação da vida) a não ter o que querer da vida. O vazio se “reinicia” e ganha formas e muitas cores que se passam por conteúdo. A superficialidade ganha volume(mas nunca densidade) quando a forma se faz conteúdo.
     Verso que não finda ganha reticências, texto que não acaba vira desdobramento de si mesmo. Como se as idéias orbitassem de forma coloidal e por ironia a gravidade bastasse para que elas caíssem no papel. Texto que prescinde fim carece de continuação.








Um comentário:

  1. Muito bom hein...

    ...e mais uma vez o verbo findar ^^


    depois volto aqui e comento com calma.

    ResponderExcluir

Rupturas no silêncio...