Não sou capaz de responder
Por mim mesmo como futuro
Talvez recrie o que me foi passado
Para trás
Como um sonho
Que não se sonha acordado
Talvez releve e me torne leve
Leve o bastante
Para que meu futuro
Não me condene
Ao passado
Eu, que outrora fora a gota d’água
À agora de fora
Uma gota d’água
No leito (de morte)
De um rio
Que só tem fim
Quando vira mar
Quando vir ao mar
(quando vir a amar)
O que encontrou fim
À quem se encontrou no Fim
A abertura ao incerto
A reinvenção do novo
A queda livre que me ensinou a voar
O livro em branco que me faz escrever
As coisas sem direção
Mas com todo sentido (e sentimento) do mundo
Visto em escala de cinza
Com poemas monocromáticos
Todas as palavras para traduzir
O preto e o branco...
Uma sombra
E um pensamento...
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Rupturas no silêncio...