domingo, 17 de fevereiro de 2008

Igual a tudo na vida

Pensando no arquiteto desses dias, dessa vida (Parte Dois) encontraria um Almodóbar brincando de Woody Allen. A idéia de ser ator do seu próprio filme não é de agora, mas a inércia(Ah, a inércia...) é talvez mais forte que a força que deu origem ao movimento.

Pós-carnaval, fim de férias, fim de grana, fim de livro, começo de leitura... entre o fundo do poço e o fundíssimo do poço há alguns centímetros, sonhos, recordações e frustrações. Longe de mim o exercício de outrora em que toda dor tinha espaço para se testar forças. (Quem foge vive para lutar de novo.) Se “o que não me mata, me fortalece”, o que me fortalece me mata aos poucos. Segue o texto desconexo como metonímia ou amostragem ou alusão de algo que poderia ser sintetizado como sincero. (Quisera eu não ter desaprendido a conjugação do verbo mentir).

Devagar e sempre para esse credor sádico que finaliza minhas páginas, mas teu texto não cessa. Flui pelas brechas entre um pensamento e uma lembrança de um futuro que já se havia cantado no passado. Algumas canções de outros tempos agora em outro tom. No dia em que serão “retocadas” e caminharão de mãos dadas com as palavras quero estar na metade do caminho e não mais no meio do caminho, porque no meio do caminho tinha uma pedra e nem de caminhar sobre as pedras eu gosto.

Vamos ter lugar pros versos quando desocuparem esse espaço. Inquilino que vai embora e deixa a mobília sem saber como são feitas as fogueiras de São João. (ops, mas eu sou devoto é de São Francisco Buarque).

Estou reescrevendo meu passado, transcrevendo a prosa para versos, andando devagar porque já (me) perdi (com) a pressa e o meu verso não tem pressa, é expresso e só expressa...

2 comentários:

  1. Não sei se foi o dia, não sei se sou eu, ou se foi mundo ou as pessoas, mas o fato que derramo algumas lágrimas agora. Só me resta isso ultimamente. Eu bem que poderia ter evitado olhar teu blog hoje, mas...

    Nietzsche, Drummond e Chico formam uma mistura perigosa. E fatal.

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  2. Aliás:

    Nietzsche, Drummond, Chico e Woody Allen (principalmente). Tenho medo disso.

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Rupturas no silêncio...