segunda-feira, 1 de abril de 2019



Os cafés nas manhãs
às vezes se harmonizam
com uma saudade latente
que invade o dia
e acompanha o sol
para ir embora
Por algumas horas
passa por mim
o sentimento hipotético
do que poderíamos ser
ou ter sido
um pensamento sobre uma possibilidade
que até parece um afeto retroativo



Segue o dia
e consegue a noite
impor ao sol que se ponha no seu lugar
A mesma vista da janela
com olhos cansados de espiar
e esperar as cartas não enviadas
que seguem sem resposta
e já não a alcanço
se esvai na memória
como o último rastro de luz
que cede e se permite ir
quando chega a noite


Agora o corpo tem algumas horas
para tentar esquecer
o que a alma não permite ir embora
as paixões etílicas, efêmeras e equivocadas
desejos enviados para o endereço errado
ligações por acaso, diálogos por engano
e por um triz
quase não lembro das tentativas de esquecer
de que não pensar sobre isso
já é lembrar de você




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Rupturas no silêncio...