segunda-feira, 18 de março de 2019




Eu era apenas um fingidor
um dissimulado profissional
um camaleão afetivo
um emulador de sonhos
um sintetizador de emoções
a poesia era apenas um álibi


Para os personagens em que me invetava
havia histórias e versos
em que eu me arriscava contar
Encontrar(-me) (n)essas narrativas
era um caminho sem volta
Perder-se nas possibilidades
do que havia sido e do que poderia ser
Era um mero exercício da caneta
que precisava dançar sobre a folha de papel
Ainda que numa melodia silenciosa
como os desejos mais secretos
ou amores não despertos


Não havia espaço para a falta
a vida por si só era abundante
a poesia vinha do que transbordava
e não de lacunas ou rompantes



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Rupturas no silêncio...