quarta-feira, 30 de julho de 2008

As canções que eu guardei
O que escondia dos seus olhos
Mas transparecia nos meus



Nas canções em que me resguardei
Do que temia
Os sentidos
Que se confundiam ao sentir



Que tudo não é o bastante
Quando tudo que eu fizer
Já não me levar à nada
(ou à você)




Quando eu me fizer presença
Na sua ausência
Encontrarei abrigo
Dos corações vazios
Serei o mais próximo
E até amigo



Eu tenho um cataclisma
Guardado no peito
Eu tenho aquele verso
Eu toquei aquela canção



Como se perder de si mesmo?
Encontrar-se ao meio
E pelo meio do caminho
Sem castelos de pedras
E sem moinhos de vento



Todo sentido atribuído ao acaso
O alheamento de si
Por uma empatia com a vida
Fecho os olhos para mim
E abro minha alma para o mundo



Minha vida repugna as luzes
Acessas por medo do (próprio) escuro
Avessas à verdade dos fatos
Atentas à sinceridade das palavras



O pó sob os livros
(você)
Em grãos de poeira em meus dias
As luzes da sua voz
O cheiro do seu abraço
Os sons que precedem o seu suor



O que eu falo tarde demais
Para quem foi muito cedo
A voz silencia
Agora é solo
O diálogo se passa em mim
(passa por mim)
Já não há mais um futuro
Em função de um passado...

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Rupturas no silêncio...