As canções que eu guardei
O que escondia dos seus olhos
Mas transparecia nos meus
Nas canções em que me resguardei
Do que temia
Os sentidos
Que se confundiam ao sentir
Que tudo não é o bastante
Quando tudo que eu fizer
Já não me levar à nada
(ou à você)
Quando eu me fizer presença
Na sua ausência
Encontrarei abrigo
Dos corações vazios
Serei o mais próximo
E até amigo
Eu tenho um cataclisma
Guardado no peito
Eu tenho aquele verso
Eu toquei aquela canção
Como se perder de si mesmo?
Encontrar-se ao meio
E pelo meio do caminho
Sem castelos de pedras
E sem moinhos de vento
Todo sentido atribuído ao acaso
O alheamento de si
Por uma empatia com a vida
Fecho os olhos para mim
E abro minha alma para o mundo
Minha vida repugna as luzes
Acessas por medo do (próprio) escuro
Avessas à verdade dos fatos
Atentas à sinceridade das palavras
O pó sob os livros
(você)
Em grãos de poeira em meus dias
As luzes da sua voz
O cheiro do seu abraço
Os sons que precedem o seu suor
O que eu falo tarde demais
Para quem foi muito cedo
A voz silencia
Agora é solo
O diálogo se passa em mim
(passa por mim)
Já não há mais um futuro
Em função de um passado...
quarta-feira, 30 de julho de 2008
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Rupturas no silêncio...