Todos os dias
me vejo presa
em palavras soltas
“Abra os olhos e volte”
Enquanto as coisas findam
muito mais que lindas
estas ficarão
escreverei apenas às palavras esquecidas
cantarei apenas os versos mudos
entre o pouco e o quase nada
fragmentos de vida
em histórias inteiras
tramas complexas
personagens vazios
com toda a profundidade
do que só tangencia a superfície
mulheres eu vivi
enquanto criava em mim, minha reinvenção
eu me via em um poema por dia
e me fazia refém de meu desejo por liberdade
até me descobrir vazia
a essência como uma
versão da aparência
a sinestesia na relação
música e poesia
vida em versos
o colorido no silêncio
com a polifonia do escuro
a ausência deixa espaço
para mais versos
os dias sempre acabam
em reticências...
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Rupturas no silêncio...