domingo, 11 de maio de 2008



Todos os dias

me vejo presa

em palavras soltas

“Abra os olhos e volte”

Enquanto as coisas findam

muito mais que lindas

estas ficarão



escreverei apenas às palavras esquecidas

cantarei apenas os versos mudos

entre o pouco e o quase nada

fragmentos de vida

em histórias inteiras

tramas complexas

personagens vazios

com toda a profundidade

do que só tangencia a superfície



mulheres eu vivi

enquanto criava em mim, minha reinvenção

eu me via em um poema por dia

e me fazia refém de meu desejo por liberdade

até me descobrir vazia



a essência como uma

versão da aparência

a sinestesia na relação

música e poesia

vida em versos

o colorido no silêncio

com a polifonia do escuro



a ausência deixa espaço

para mais versos

os dias sempre acabam

em reticências...

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Rupturas no silêncio...