quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Epígrafe do epílogo desses dias



Agora eu sabia o que era onipresença

Em cada milésimo de segundo

Em cada milímetro de espaço

(eu só sabia o que era falta

E o que me era a falta)

E daqui só se via ausência

Um novo mundo cheio de espaços (e)

Vazios

O vazio que era onipresente

E como isso era tudo,

Agora eu sabia o que era onisciência...



E nada mais poderia ser feito

Tudo já havia sido dito

Para algumas vezes até refeito

Eu poderia fazer qualquer coisa

Uma vez que não havia mais nada a fazer

Agora eu sabia o que era onipotência...



Eu já ia tão além de mim

Que já havia me tornado a mudança em si

Que me conduzia sempre a uma nova pessoa

(já havia superado tanto minhas super-ações)

Havia me superado tanto em me ser eu mesmo

E de tantas mudanças,

Eu já era nômade dos meus dias

(e às vezes quase retirante da minha vida)

As mudanças em silêncio

Que dividi comigo aquilo que partia

(e me partia)

Em dois

Desse parto

Fórceps

Para essa

Vida parte dois




“Certos dias têm cara de vida inteira...”

4 comentários:

  1. " certos dias que têm a cara de uma vida interia"

    é um absurdo não me imaginar sem esses dias.
    e voce, poeta?

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  2. nossa... perdi tanta coisa por aqui...

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  3. Eu não me imagino nem sem esses dias ou com esses dias, eu não me imagino mais...

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Rupturas no silêncio...