E uma vaca vem e estraga tudo...
Não que eu tenha o intuito de fazer apologia aos bovinos ou mesmo depreciar a imagem desse grupo que já é (re)banho que não tão raramente são agraciados com a consideração concedida às divindades. De fato, retifico a assertiva de que o cachorro é o melhor amigo do homem ou que o whisky é companhia melhor por ser um cachorro engarrafado. Vou mais além e uso tal citação apenas para descartá-la. (Talvez sirva de expediente para denunciar alguma entrelinha?) Blefar é uma arte. Talvez da mesma ordem do pedantismo em que se passa a imagem de conhecimentos que não se tem ou da modéstia em esconder algo que se tem. No entanto, blefar beira a ironia. O problema é que quando ambos não funcionam você que passa por idiota. O boi supera quaisquer desses feitos e orgulhosamente carrega aquilo que o homem mais esconde na hipótese de ter sua confiança aproximada da adjetivação traída. O boi se encontra (e é encontrado) como apto a carregar um peso que não é seu e sua força é seu orgulho. Do boi se aproveita tudo, até os degetos viram adubo. Parece paixão, para que tudo soe harmonicamente assim. Paixões se inventam para isso: para as fezes que não deixam de ser fezes sejam consideradas como adubo. Quase uma maquiagem, desconto ou abono para quem faz merda e carrega um peso que ninguém queria carregar. O boi (de piranha ou não) acaba pagando o pato e arca com os ônus de uma conta que não é sua. Como já dizia Malvadinho, o chato do chifre é ter que carregar a vaquinha. No entanto, isso não é problema diante do imenso coração do boi.
As vacas são animais que devem entrar no cio uma vez por toda a existência e assim permanecerem para demandarem sempre cia. Talvez por isso os rebanhos, engodos e gados, talvez por isso. As vacas têm a constituição de suas subjetividades pautada na antítese. São seres marcados pela indecisão existencial e identitária. Sendo complicado discernir de que lado da cerca estão ou mesmo esquecem que mesmo amarradas podem comer capim. O paradoxo e a dualidade são estruturantes dessas subjetividades, que talvez até algumas remetam ao clássico de “oblíqua e dissimulada” ou mesmo permaneçam na ingenuidade distante de alguns fatos não digeridos e ainda
Ps – “Cowboy” bem que poderia ter o campo semântico expandido e significar uma vaca fálica. Uma Vaca-garoto! Segundo o menino de “Um tira no Jardim de Infância”, os meninos têm pênis e as meninas têm vagina. Acho que Cowboy poderia ser em alusão a uma vaca fálica!
Ps2- Obviamente, eu sei que a concepção psicanalítica de falo transcende esse mero representante físico masculino. Mas vamos brincar de psicanálise selvagem nesse ensejo, só pra não perder a oportunidade de ficar calado.
Ps3-Pronto! Terceira briga gratuita comprada a um preço superfaturado hoje. Acho que vou lavar dinheiro comprando brigas gratuitas...
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Rupturas no silêncio...