sexta-feira, 29 de junho de 2012






Pesadelo
é acordar com o passado presente

ameaçando ficar até o futuro...



Da arte de esquecer me vem o contrasenso ou a dualidade de esquecer na esfera racional e fetiva. O aprendizado, talvez por ingenuidade de quem assim creia, não se dá apenas pela via racional, ainda que esta seja privilegiada. Desse modo, como desdobramento ou invertendo a polaridade das coisas, esquecer iria além do racional pass(e)ando pelo afetivo, estético e existencial o que deixaria desconexo usar  as palavras “arte e esquecer” na mesma frase. Arte não se aprende, se apreende; se sabe para estudar e não se estuda para saber. Não tem sentido, é sentir as idéias; é “pensar com emoção”. 


Talvez a arte seja mesmo a intimação a vermos nossas limitações (humanas, sociais, afetivas, existenciais...) e um convite a transcendê-las. Muito romantismo conceber a arte dessa forma quando o realismo a transforma numa alquimia de um Midas pós-moderno em que quaisquer so(m)bras de arte viram concretos “entreternainers”. Fugacidade seria um antídoto, uma vez que a essência desses “entreternainers” é a mesma de uma estátua de fumaça. Seria alento para a esperança dos mais otimistas se o acaso permitisse que a chama não fosse alentada por nossas aspirações. (Eu poderia até mudar o título para: “Do toque de Midas ao toque de Mídias...”)


O desejo como um produto pré-concebido, a produção em série do que se rotula como subjetivo e academicamente se desdobra em subjetividade, a criatividade condicionada a um crivo que limita os exercícios de liberdade. Ser livre é um risco à liberdade, alguém nos proteja da possibilidade de sermos nós mesmos e correr o risco de sermos felizes. 





2 comentários:

  1. "O aperfeiçoamento da humanidade é ingenuamente considerado por eles como se, por uma intuição qualquer, fôssemos elevados acima do problema por que justamente necessitamos aperfeiçoar? Até que ponto é desejável que o homem se torne mais virtuoso, ou mais sábio, ou mais feliz?"

    Friedrich Nietzsche

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  2. Esse blog é legal mesmo:
    até o Nietzsche anda lendo!

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Rupturas no silêncio...