quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

         



 Não sou muito afeito de multidões. Mais de dois pra mim é multidão. As pessoas é que me apetecem, a atenção para todos para mim não serve para ninguém. Eu me valho do clichê do velho Zappa: “qualquer lugar, por qualquer motivo, a qualquer hora, o importante são as pessoas” e acabo por só conseguir ver as coisas na maioria das vezes e do tempo por aí. Por vezes não é a música em si, é o músico que a interpreta, não é o beijo em si (ou em mim), mas sim a pessoa que beija.  No nosso diálogo não quero música de fundo, não quero som de barzinho(deixa que a gente inventa a trilha sonora pra vida), quero ouvir você e ler o seu olhar. Inventem adjetivos para isso, coloquem três décadas a mais no meu RG, mas eu ainda prefiro assim. Prefiro ser por inteiro ou nunca ser a ser pela metade (ou quase ser). Eu perdi o meio termo das coisas, se eu tiver essência ou alma ela carrega o carma e o dna do adjetivo exagerado. Se no instante em que se acorda estar junto não vejo espaço para algo que não venha do outro ao seu lado. Eu não quero perder nenhum gesto, nenhum olhar e nenhum sorriso, até mesmo por lembrar que os sorrisos acontecem no mesmo lugar onde ocorrem os beijos ...





              

6 comentários:

  1. Apesar de vc fazer sua trilha sonora, quase que eu ouvia a música do aerosmith ao ler. Esse foi o texto em que eu te vi mais humano, espero que entenda minha afirmação.








    Gostei, profundamente.

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  2. A vida parte dos extremos. O que seria do silêncio, se não fosse o som? Do sim, se não fosse o não? E da noite se não fosse o dia? Ao mesmo tempo, se vivêssemos somente das extremidades, o que seria do pôr-do-sol?

    Entre o falar e o calar.
    Ficar e sair.
    Entre o silêncio e o som.
    Continuar e acabar.
    Existe uma escolha?
    Tem que ser o sim
    Ou o não?

    Um amigo diria para não se afobar, que nada é pra já.

    Grande abraço.

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  3. .


    Passei para abraçar o amigo.

    silvioafonso






    .

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Rupturas no silêncio...