sábado, 19 de fevereiro de 2011

     Recordo-me que às vezes os caminhos certos surgirão  com a porta trancada, sem chave ou segredo que remedeie. Um rota alternativa ou um caminho paralelo na esperança de que o infinito não seja tão distante e que os versos de estrofes paralelas possam mais uma vez rimar.   
     Acordados ou não, os sonhadores seguirão sonhando por lhes ser inerente o sonhar. Mesmo que o único acordo seja o silêncio, como se este com a distância pudesse sepultar a saudade.
     Querer o impossível, como se os sonhos fossem paliativos para as impossibilidades. As regras gramaticais são por demais rígidas para a poesia, por isso a Vida e há vidas que demandam licenças poéticas para sobreviver. Há partes da vida que só se vive nas entrelinhas e só quem ouve as estrelinhas é capaz de vivê-las.
     Uma só palavra, quem sabe a palavra certa, a palavra de ordem, a palavra da salvação...o sim incondicional, uma vez que alguns quereres não têm condições, não têm resposta, não têm explicação, não têm porquê.
     Lembrar só é possível às coisas e pessoas esquecidas ou a esquecer.(Eu sempre lembro daquilo que eu quero esquecer). Há dias que não cabem nas “lembrancinhas” porque alguns versos da história são inesquecíveis.







5 comentários:

  1. Da hora teu blog,seguindo.
    Segue ai tbm.
    http://hiphopactivistface.blogspot.com/

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  2. "á partes da vida que só se vive nas entrelinhas e só quem ouve as estrelinhas é capaz de vivê-las."

    Rapaz, vou te contar, texto ótimo e que rende horas e horas de uma boa conversa.

    Realmente, há versos de história(s) inesquecíveis...
    =]

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  3. Ouvindo estrelas, Bilac?

    Para quem lê com frequência os seus textos, pode perceber que esse, em especial, parece ser um resumo de todos os outros que você escreveu.

    Quando penso que já li de tudo aqui, vem você e consegue escrever, reescrever e acrescentar...

    beijo bem grandão

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  4. "há vidas que demandam licenças poéticas para sobreviver"...muito bom e verdadeiro isso.

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  5. Vejo olhos desconhecidos, em fotos de desconhecidos, e estes parecem encarar-me. Acontece raramente, mas os olhos dos seus textos parecem me ver... bobagem talvez ou identificação gratuita, não sei. O fato é que com mais frequência leio textos de autores desconhecidos, e aquelas palavras poderiam perfeitamente serem minhas, isso acontece ainda com mais frequência quando passo por aqui. A diferença é que faço riscos, você não... Tens licença pra dizer o que quiser e ser entendido. Obrigada pelos seus textos.

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Rupturas no silêncio...