quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Resposta


Ao tempo tridimensional, quando deste ponto presente observo meu passado ao fundo e meu futuro acima de onde me vejo. Talvez se pensarmos a vida como uma faixa de Möbius, meu futuro estaria, mesmo que mais distante do meu presente, mais próximo de meu passado. A linearidade do tempo se curva diante do que em mim há de mais subjetivo. Os sentimentos, os sentidos, as formas de sentir e o que mais puder haver de meu, só meu, pessoal e intransferível, trabalhando na constituição do que me vem a ser como objetivo. O mundo real é uma violência contra a subjetividade do meu mundo pessoal e seu infinito de possibilidades. No entanto, a demanda de um denominador comum que viabilize os intercâmbios entre a primeira pessoa do singular e as terceiras pessoas me coloca diante do imperativo de dizer não, de balizar, de cercar, de podar, de limar e de tanger o que em mim me colocaria mais próximo do inominável. O tempo talvez me conceda a licença conveniente para a expansão desse mundo. Quem sabe, apenas uma vida seja mesmo pouca para tudo a ser vivido, talvez por isso o desejo de ser imortal, mas sem a pena de ver tudo que amo morrer. Expansão, talvez seja menos do que aquilo que procuro quando guardo comigo o intuito de transcender, ir além, de ontem e de hoje, do bem e do mal, do certo e do errado... Deveras, o mundo vem a ser o menor lugar que eu conheço, o que se passa entre meus cachos e vem oriundo do lado esquerdo de meu peito, ainda não cabe naquilo, até então, visto por meus olhos.





Um comentário:

Rupturas no silêncio...