Agora eu sabia o que era onipresença
Em cada milésimo de segundo
Em cada milímetro de espaço
(eu só sabia o que era falta
E o que me era a falta)
E daqui só se via ausência
Um novo mundo cheio de espaços (e)
Vazios
O vazio que era onipresente
E como isso era tudo,
Agora eu sabia o que era onisciência...
E nada mais poderia ser feito
Tudo já havia sido dito
Para algumas vezes até refeito
Eu poderia fazer qualquer coisa
Uma vez que não havia mais nada a fazer
Agora eu sabia o que era onipotência...
Eu já ia tão além de mim
Que já havia me tornado a mudança em si
Que me conduzia sempre a uma nova pessoa
(já havia superado tanto minhas super-ações)
Havia me superado tanto em me ser eu mesmo
E de tantas mudanças,
Eu já era nômade dos meus dias
(e às vezes quase retirante da minha vida)
As mudanças em silêncio
Que dividi comigo aquilo que partia
(e me partia)
Em dois
Desse parto
Fórceps
Para essa
Vida parte dois
“Certos dias têm cara de vida inteira...”