quinta-feira, 22 de outubro de 2009



E se eu não quiser saber
se eu não quiser ouvir?
Se eu não desejar para mim e
evitar que seja aqui?

Se o erro for inevitável,
mas a sua presença inevitável
em mim
talvez minha única escolha

Talvez o não
me chegue como
minha maneira
de dizer sim
ao pouco
que ainda insisto
em deixar ser meu

Mas meu não comporta posse
meu é apenas aquilo
que a memória
permite ficar em mim

Caçador de palavras
uma palavra perdida e vazia
me acerta em cheio
mas você não,
palavras certas estão em extinção

Eu já não procuro
aquele pedaço
que fora visto como falta
Quantas vezes me vi perdido
na busca constante
para o fim do que não tinha
em mim


sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Silêncio de biblioteca




O espaço entre a ação e seus efeitos
teria o tempo que preciso
para ver na reação, os seus defeitos
como se a Lua esperasse
o pôr do sol para nascer
como se o amor esperasse
o coração perfeito para florescer
como se a vida esperasse
o melhor momento para acontecer


Um tiro no escuro
um arremesso às cegas
O tempo se esvai
É um novo jogo
para aqueles que ficam
Se eu tivesse uma única chance
e a certeza de errar
(a)tentaria mesmo assim,
por acreditar mais
em minhas dúvidas
que em minhas certezas


Como falar das cores mais belas
se ainda não há nome
para o colorido em seus olhos?


Como terminar a estrofe
com versos que não têm fim?
[com frações do Eu que só
quando se divide em alguém
se faz (por) inteiro]